A notícia de que o “Pânico na TV” deixou a Rede TV! e está prestes a fechar contrato com a Band pegou a todos de surpresa e tomou a internet de assalto. O programa deve estrear em março e dividirá o estúdio com o “Ganha Quem Fica”, game show que será comandado por Datena. Numa emissora que nos últimos anos conseguiu emplacar produtos inovadores e bem-sucedidos (cada um a sua maneira, ressalve-se) como “A Liga” e “Mulheres Ricas”, é compreensível que haja espaço para uma atração como a comandada por Emília Surita. A não ser por um porém: o canal já conta com o “CQC” em sua grade de programação, um formato que lembra o “Pânico” em alguns pontos. É inevitável, portanto, que surja um questionamento: afinal, há espaço para dois humorísticos na Band?
Tão logo foi lançado, o “CQC” despertou desconfiança de parte do público. Muitos acharam tratar-se de um clone do humorístico que conta com Sabrina Sato no elenco. Foi preciso tempo para mostrar que, embora, em alguns quadros repórteres das duas produções fizessem plantão em portas de festas com famosos, a atração da Band tinha também um cunho jornalístico e social com quadros como o “Proteste Já” e as entrevistas com políticos em Brasília. Ainda que houvesse aproximação entre algumas pautas, a concorrência entre as emissoras servia como justificativa.
Agora no mesmo canal, é natural que haja uma readequação entre o material que será exibido nos dois humorísticos. Mas nos últimos tempos isso já parecia acontecer de maneira espontânea. Enquanto o “CQC” se mantém, digamos, em cima do salto, o “Pânico” não tem medo da galhofa. Investe em mulheres seminuas no palco ou deslizando num escorregador segurando um ganso, transforma seus repórteres em personagens e mais importante: dá mais audiência. Enquanto o programa de Marcelo Tas costuma marcar cinco ou seis pontos em seus melhores dias, o de Emílio Surita bate na casa dos 10. O que faz a coluna trazer à tona mais um questionamento: como a Rede TV! deixou escapar sua atração de maior audiência? Um erro dos grandes