Segunda-feira passada (17/10), depois de ter cumprido meu ritual matutino de me atualizar lendo este jornal e os destaques dos sites de notícias, tive coragem de dar uma olhada na minha coluna (Erro grosseiro...Português grosseiro). Lá pelas tantas me deparei com esta afirmação: “Há uma regra que pode nos ajudar: esse “en” antes de “ch” é um prefixo: chiqueiro/enchiqueirar e charco/encharcar. O mesmo não se dá, por exemplo, com enxoval e enxada”.
Ok. A afirmação não está tecnicamente errada e a regra, de fato, se aplica a boa parte das palavras do tipo “enchiqueirar”, na qual “en” é prefixo (en+chiqueiro+ar). E não se aplica a palavras como “enxoval”.
Só que tem um problema: nas palavras “enxadrezado” e “enxaguar” o “en” também é prefixo. Os dois vocábulos são derivados de “xadrez” e “água”, respectivamente.
Assim, cabe perguntar: será que essa regra pode nos ajudar mesmo?
Talvez sim. Sobretudo pessoas que gostam de pesquisar etimologia de palavras, que têm um excelente domínio do nosso léxico. Mas, nesse caso, convenhamos que a regrinha vai se tornar desnecessária uma hora ou outra. Como regra, o melhor caminho é investirmos na leitura, o meio mais poderoso e produtivo de fixarmos a grafia das palavras. Sem desprezarmos, é claro, regras eficientes, que aprendemos nas primeiras sentadas que damos nos bancos escolares. Por exemplo, aquela sobre o uso de “m” e não “n” antes de “b” e “p” (ambulância e competição). Mas notem: por que não “competissão”? Temos “discutir/discussão” e “competir/competição”.
Nada de desespero!
Quando ficamos na dúvida, é só consultar um bom dicionário. Não é feio, nem desonroso. É sinal de cuidado, de curiosidade, de profissionalismo. Além de ser um divertido passatempo. Fica a dica de dois disponíveis na internet: o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e o excelente iDicionário Aulete.
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